Arquivo do mês: março 2013

João, O Esquisito do Deserto.

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“…Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre…” – Marcos 1:4-6

Para Marcos, amigo de Paulo e sobrinho de Barnabé, o evangelho de Jesus começa a ser pregado bem no ministério de João, o batista, primo de Jesus. É ele quem começa dar forma ao ministério de Jesus fazendo cumprir a profecia de Isaías 40: 3. E é esta figura esquisita que primeiro entende, antes de todos os seguidores do cristo, a chegada do messias. Porém diferente de todos os outros profetas, ele não se apresenta nas cidades mas vai para o deserto, vive de maneira típica dos habitantes nômades desta região, não querendo para si o que de direito a um sacerdote de origem e linhagem, como seu pai Zacarias (Lucas 1:5-17).

Ter um profeta no deserto é algo atípico por que quem comunica quer falar a alguém, mas ele vai para o deserto esperando que pessoas o seguissem. Quem seguiria um louco gritando em lugares áridos? Quem pararia para escutar um mal vestido, magricela por alimentação? Somente aqueles que se identificassem com a sua palavra. E que palavra era essa? A do arrependimento de pecados, uma palavra que havia saído de moda por aproximadamente 400 anos.

Uma lição que aprendo com tudo isso é que se preciso entender quem eu sou, aquele que pode me dar uma pista disso se torna importante para mim. E se ele mostrar algumas falhas de meu caráter, me dando a oportunidade de ser alguém melhor, este é então valiosíssimo. O discurso contra o tal do pecado nada mais é do que palavras que nos mostram o quanto precisamos melhorar em nosso caráter de acordo com a ótica divina. As vezes fugimos destas palavras por confrontar com um conhecimento que temos sobre nós que não nos agrada, mas se realmente queremos mudar não importa quem nos diga ou onde estejam falando o discurso, vale apena dar ouvido.

Algo que torna enfático como lição para mim também é a condição do Deus que fala fora do templo. Deus poderia conduzir João batista ao templo, nas praças, ou na multidão, mas o Todo poderoso fala aos que querem ouvir, não aos importantes, ou aos letrados, ou aos sacerdotes, ou aos aparentemente pobres. Não existe outra condição para Deus falar que não seja querer ouvir sobre si mesmo, apenas isso. Não há nenhum segredo, nenhum mistério, nenhuma doutrina ou dogma, só querer ouvir. Quando ensinam algo diferente acabam por tapar os ouvidos dos que tão humildemente clamam pela verdade da Cruz.

No deserto João encontrou Jesus. As vezes procuramos apenas uma palavra… mas dependendo de onde procuramos podemos encontrar Deus falando conosco.

Que o nosso Pai continue a revelar Cristo em meio ao nosso deserto. Deus nos abençoe!    

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A Problemática de José.

josephs_dream_gaetanogandolfi1790“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo…” – Mateus 1:18-20

 

Se fossemos atribuir uma qualidade ao início da história de Jesus, o cristo, diríamos que ela é no mínimo complicada. Uma menina prometida a um jovem que aparece grávida mesmo antes de ter tido qualquer relação sexual com este. Como explicar? Um estrupo? Não não foi – dizia ela – Foi um anjo que apareceu me dizendo que o Espírito de Deus quem fez isso. O quê? Como pode isso? Como crê nesta história?

Muitas interrogações devem ter passado pela cabeça de José, um jovem muito justo, cumpridor da Lei de Moisés, observador da tradição judaica ao extremo, descendente de uma linhagem Real. A sua honrar agora estava em risco. Todo um bom nome seria jogado ao lixo? Negativo, para isso existi a Torá, a expressão máxima da vontade do todo poderoso hwhy ao seu povo. E nela as instruções eram bem claras, se uma menina prometida a alguém em casamento fosse agarrada por um homem e estuprada deveriam morrer os dois apedrejados, ele pelo ato e ela por não ter gritado por socorro; porém se isto acontecesse num campo afastado da cidade, esta estava livre de morte por talvez ter gritado e não ter tido alguém que a socorresse (Dt 22: 23-27). Estava resolvido! José poderia seguir a sua vida normalmente repudiando Maria, colocando a culpa em alguém que a teria infligido num campo. Mas se ela falasse que era um anjo? Acreditariam nele, José? Lógico que não. Pensariam que ela estaria acobertando o infrator e assim seria apedrejada. Que situação, no mínimo complicada. Como acreditar neste anjo?

Então em uma noite, o bendito anjo também aparece a José explicando todo o mal entendido. José crê na visão e toma como esposa a tão jovem Maria, dando assim a linhagem prometida a Jesus, o filho de Davi.

Podemos a partir desta narrativa aprendermos algumas lições:

Não devemos nos precipitarmos em nossos julgamentos para não corrermos o risco de agirmos injustamente. Algumas supostas verdades, por mais que pareçam estranhas, podem ser reais. Com isso não podemos tratar ninguém pelas circunstâncias, mas por quem elas realmente são, por mais que tenham cometido erros.

A lei humana não é suficiente para mudar a vida de algumas pessoas. Por mais que a lei humana aparente corrigir um erro ela jamais comtemplará com o perdão aquele que realmente se arrepender. Por mais que o código penal condene, Deus pode mudar a história de uma vida.

Nunca diga que Deus não pode fazer algo na vida de alguém. Deus pode tudo, inclusive mudar histórias que pareçam perdidas. A ultima palavra não é do homem quando ele crê que existe um Deus. Olhe as circunstâncias por óticas diferentes, e creia na mudança mesmo que se projete um cenário caótico.

Deus está sempre pronto a ajudar. Que Ele continue nos abençoando!

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O DIREITO DE SER HUMANO.

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Por C. P. Speke. Cena de escravidão na América portuguesa, onde chegaram mais de quatro milhões de africanos, depois de travessia pelo Oceano Ártico em condições subumanas.

A tempos que não consigo entender o que os políticos pensam quando utilizam a palavra “bancada evangélica”. Se por luz divina alguém puder postar algo me explicando esta expressão terá os meu sinceros agradecimentos. Para facilitar a erudição dos amigos e corajosos gostaria de apresentar os aspectos que definitivamente não entram em meu reles entendimento.

Que “raios” de evangelho estes políticos representam?

Sei que estou enganado, o Brasil não é um Estado laico, pois se fosse não teria uma bancada evangélica para atender os evangélicos. Ser evangélico não é pertencer a um determinado grupo social que precisa da sua representação parlamentar, quem representa a igreja é o próprio Cristo, o Senhor da igreja, defendendo-a de tudo e todos, quando muito bem apresentado pelo pastor Ariovaldo Ramos (ver: http://youtu.be/7Al_gsfTVg0 ). A muito que no Brasil a política deixou de ser coisa de todos para atender os interesses próprios. Me lembro de a tempos encontrar com uma pessoa muito querida e ele me perguntar se eu não poderia votar em “fulano” para “dar uma moral” pois o mesmo ficou de, assim que fosse eleito, ajuda-lo a calçar o seu quintal. Ao passar de aproximadamente dez anos ainda vejo algo semelhante acontecendo, porém agora o terreno é outro. Em plena eleição para deputado federal um candidato interessado em participar da bancada evangélica se aproximou de mim com seu “santinho”. Ele me falou tanto dos seus projetos evangelísticos de doar bíblias para assim que fosse eleito… Me perdoem mas nesta hora o sangue ferveu! Me senti tão ofendido que fui saindo e deixando ele falando sozinho. Eu sei, você vai me dizer que  fui arrogante e desrespeitoso, mas a minha resposta é que dei graças aos céus por ele não ter sido eleito. Mas infelizmente se não for ele vai outro… O parlamentar brasileiro não está lá para distribuir bíblias mas para representar os direitos e a vontade dos seus eleitores, e quando esta vontade estiver deturpada, cabe a este dirigir os seus eleitores a uma retomada de consciência. O evangelho pregado na bíblia não é uma defesa partidária mas uma convicção de vida e prática, independe de representações no congresso.

Toda igreja deveria ser uma agência dos direitos humanos.

Conheço pastores que defendem muito mais os direitos humanos do que os políticos partidários. Pastores, missionários, evangelistas, diáconos, presbíteros, e uma gama de religiosos anônimos de nosso país que não medem esforços para alcançar este objetivo. Mas quando vejo alguém que defende a bandeira do evangelho tomar a frente de grupos de defesa dos direitos humanos acredito que esta pessoa deva aproveitar ao máximo esta oportunidade para defender, não os seu interesses pessoais, mas para demonstrar mais do que nunca o amor de Jesus através desta atribuição. Para o amor de Jesus não há raça, credo, ideologia “A” ou “B”, entre outros, mas o ser humano em sua plenitude. Para isso acontecer deve se respeitar  a opção religiosa e deixar de demonizar tudo e todos… Na verdade quando demonizo o meu próximo ao invés de ama-lo acabo por excluí-lo de todas as formas, e mais do que isso, me coloco em um patamar de desigualdade e superioridade, o que não tem nada a ver com direitos humanos e muito menos com o evangelho de Jesus.

Doar a si mesmo para o bem do próximo.

angeli

Por Angeli.

Uma das poucas vezes que encontro Jesus falando que alguém estava sendo Satanás (adversário), foi com Pedro o apóstolo (Mt 16:33; Mc 8:33). O Messias apresenta sua convicção dos fatos que deveriam acontecer. Ele deveria se entregar por toda a humanidade, se doar ao próximo como exemplo para seus discípulos, porém Pedro, num ato de pleno egoísmo e apego pelo mestre, tentando atender a seu bem estar de ter o Mestre ainda mais por perto tenta persuadi-lo a não cometer tal ato. Recebe então um sonoro “Sai da frente Satanás” (minha tradução)! Espero sinceramente que esse senhor que hoje se apresenta como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara não seja mais um satanás a impedir o desenvolvimento da nossa nação. Sei que é pedir muito para estes dias de tão descrédito aos evangélicos parlamentares, porém desejo isso pela bandeira evangélica que eles nunca representaram, mesmo não suportando (foi a melhor palavra que encontrei) a sua ideologia teológica apodrecida pelos interesses da auto promoção e do egocentrismo. Oremos para que a desgraça política que tem arruinado o nosso povo seja exterminada dos nossos parlamentares…

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